O corpo diagonal e doce

Ondulando o desejo

Gotículas

Sussurros

O palco deslizando

Sutil

Os olhos fechados movimentando teu ângulo

Forte

As mãos desenham o cheiro quente.

Trêmula

A música desnuda

Transpira

Desenhando a língua morna

Atrevida

Apelo, pelos úmidos

Depravados

Olhares esvaindo denso

Orquestrando

Ruídos arranhando curvas

Intrometida

A pele dança.

A pele tremula
Pulsa
olhares deslizam
Suor
Molhados os dedos escorregam
As pernas dançam no entra-e-sai.
Aconchego

Versos de saudades encantam o luar
Flutuando em beijo, suave.
Os lábios sussurram.
Arrepios mergulham na pele ardente,
destrinchando minhas curvas.
Sua língua caminha na cadência eloqüente
dos corpos entrelaçados.

A chuva fiel desaba em gotas
Detalhes envolvidos à casualidade brincante
Encontrar o prazer quente,
O vento que toca os seios
Os olhos sapateiam sem direção
Seus dedos desfilam em minha passarela.

Os olhos embaçados

Penetra as mãos.

Acochando as sílabas,

Voluptuosas linhas.

As danças, curvas sufocam o gozo,

Ardente

Transpirar a minha voz

A pele trêmula

Os pés te acompanham

Vem.

Ninho

Avoa ninho da saudade, os compassos desenham amores.
Doces balanços.
Suave a música solta,
Girar os olhos, no sonho mágico uni-em-verso,
O gosto do beijo selado
Uma pausa no acorde inacabado.

Entreabertas línguas
fugazes os desejos
deslizando suores.
Nos olhares descontínuos,
vagando sob a superfície úmida.
Derramando molhado nas pernas,
o ritmo frenético estancando
sussurros.

O que alivia, o aconchego da palavra
derrama em versos longos
o beijo
A pele suspira arrepio
molhar em gotas
o véu da noite
O pouso no sorriso do olhar.

Corte, eixo
o fragmento descontínuo
Panorâmicos olhares
imperfeito cheiro
encontro o tempo
nos pés foto-gramados
ritmo.